Consultório de Perda Gestacional
Espaço de partilha com objectivo de diminuir a falta de informação técnica e emocional a mulheres que vivenciam o luto da perda de um bebé ao longo da gravidez, bem como quebrar o Pacto de Silêncio resultante de todo esse processo de luto na Perda G
Encontro no Masculino - Perda Gestacional
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Um Natal com um colo vazio!
A época de Natal é uma época especial, mas de emoções e sentimentos muitas vezes ambíguos. Envolve lembranças, encontros, reflexões... o que acaba por levar as pessoas a ficarem emocionalmente inquietas.
Alguns tiveram experiências boas na infância, já outros tiveram momentos desagradáveis. Quando a lembrança é negativa, a pessoa pode querer evitar estas comemorações natalícias.
Muitos sentem uma quase que imposição para ficarem felizes nesta data, vão ás compras, estão junto da família, mas nem todos terão a possibilidade de “ter tudo” nesta época.
É habitual fazer uma avaliação sobre aquilo que se conquistou e o que não conseguiu. Emoções como tristeza, ansiedade, stress, frustração e medo podem surgir por diversas razões:
- Sentir solidão, “não tem com quem passar o Natal"
- Comemorar com pessoas com quem se está com problemas ou em conflito
- Falta de dinheiro
- Sentir que é insignificante, rejeitado, não merecedor de carinho e presentes
- Saudades daqueles que não estão mais presentes na sua vida (seja por falecimento ou por desentendimento)
- Entre muitas outras razões.
Contudo é sobre o último ponto que me irei focar e numa situação muito concreta.
Há casais que durante o ano iniciam o sonho da maternidade, que engravidam e vivem ansiosamente a chegada daquele filho. Mas nem sempre a gravidez corre da melhor forma e perdem aquele bebé. Já pensaram como vivem estes casais o Natal, quando supostamente aquele Natal seria o primeiro com o seu filho? Como vivem estes pais os Natais seguintes, sabendo que a cada ano que passa haveriam novas experiências, novas vivências como pais? E sabemos que um Natal com uma criança é sempre um Natal diferente. Já fizeram este exercício mental? Experimentem, e verão que começam a entender e a ser mais empáticos com estes pais.
É importante ser mais tolerante, lidar com aquilo que não deu certo e se superar, aceitar e aprender com o caminho que temos percorrido. Todos têm limitações e qualidades, é preciso focar naquilo que “tem de bom”, e aquilo que pode ser melhorado. É importante se valorizar e ver as próprias conquistas e superações..
Ter esperança que no ano seguinte será melhor traz motivação, traz a oportunidade de consertar os erros e reorganizar a vida de outra forma, mas lembre-se de não se cobrar demais, seja realista, um passo de cada vez.
Não existem pessoas e famílias perfeitas. Nem todos estão alegres nesta época do ano, a felicidade não é obrigatória
E há mesas que têm um lugar vazio… há mesas de Natal que têm um lugar de alguém que ninguém viu, mas que alguém amou… e ainda ama…. Há mesas de Natal que são feitas com colos vazios!
Sandra Cunha
Psicóloga A-PA
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A 4 dias de ti - Joana Leal
No dia 19 de dezembro fez 1 ano que a Joana e o Paulo viram o seu Miguel partir antes de nascer.
A Joana gentilmente partilhou connosco o poema que escreveu para o Miguel.
"A 4 dias de ti
Hoje vi o céu mais cinzento
Descobri nele o teu olho,
Redondo e brilhante.
Correste tanto com os teus amigos
Que esqueceste de limpar
as gotas de suor
Escorregadias pela tua nuca
até às minhas pernas
Onde sentindo o fluir da respiração
Acariciei o teu abraço.
Hoje desceste do meu reino
Para te encontrares com os meus pés.
Caminhámos sem pressas
Ouvindo pardais livres
a vocalizar
A vida inteira
De amanhã a 3 dias
De ti para contar.
Joana Leal"
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Recusa da alteração a lei para luto na perda gestacional
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proposta de alteração à lei do luto parental - Dra Cristina Rodrigues
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A perda gestacional na perspetiva de um pai - Goucha TVI
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"As flores que adornam o meu jardim" - Nádia Batista
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Carta da Maria F. para a A-PA
"O meu nome é Maria F.
Perdi um bebé há um ano. O nome do meu filho é Artur Gabriel.
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Sensibilização para a Perda por Sofia Mendonça
Sofia Mendonça é o meu nome,
E três filhos a vida me deu,
Partiram cedo demais
E a nossa vida a dois uma reviravolta deu.
Com 8, 6 e 4 semanas,
Aconteceram as nossas perdas,
Desde 2018 a acreditar,
Que o momento há-de chegar.
Sou membro recente da Artémis,
Terapia de grupo e individual,
Todos precisamos de ajuda,
E aconselhamento eventual.
Não estamos sozinhos,
E o mundo tem de saber,
Deixar que a perda gestacional seja tabu,
Sei que muitos vão agradecer.
A sociedade precisa de falar,
E saber como reagir,
Médicos e enfermeiras sensibilizar,
Para que muitos de nós possamos ajuda pedir.
Só quem passa por isto sabe o que é,
E às vezes é difícil descrever,
Mas falar da dor pode ajudar,
E desta forma continuamos a acreditar.
A Artémis é uma aposta segura,
Com os benefícios e toda a ajuda que dá,
A conquista pelos nosso sonhos perdura,
Principalmente por saber que não estamos só.
Sofia Mendonça
Sócia A-PA
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campanha de sensibilização para a Perda Gestacional e Morte Neonatal
Silêncios que doem, palavras que curam procura promover o diálogo livre e digno a todos os pais com histórias semelhantes
Lançamos neste mês de outubro, a campanha de sensibilização “Silêncios que doem, palavras que curam”, que tem como objetivo mostrar a necessidade de olhar para a perda gestacional e a morte neo-natal com respeito e dignidade. 15 de outubro é a data oficiosa em vários países que assinala este tema, ainda tabu nos dias de hoje e que pretende promover o diálogo livre e digno a todos os pais com histórias semelhantes. A nova campanha já está em circulação nas redes sociais durante todo o mês de outubro através do hashtag #silenciosquedoempalavrasquecuram.
“Neste mês de sensibilização para a perda gestacional gostávamos que tentassem imaginar o que é perder um bebé e desse filho que apenas os pais sentiram restasse apenas isto fisicamente: um teste de gravidez e uma ecografia. Será que a vossa memória se apagaria? Ou esse bebé viveria para sempre nos vossos corações? Será que deixariam de falar sobre este vosso filho? É preciso entenderem que o silêncio em torno da Perda Gestacional dói. Mas as palavras podem ajudar a curar”, retrata Sandra Cunha, Presidente e psicóloga da A-PA.
O vínculo entre os pais e o seu bebé começa a construir-se assim que estes tomam conhecimento da gravidez, e é fortalecido através de planos e expetativas. Quando há a obrigatoriedade de interromper este sonho, é comum sentir-se um misto de emoções, muitas das vezes incompreendidas, mas todas elas válidas a serem ouvidas e respeitadas. Assiste-se ainda a uma precariedade no acolhimento destas famílias que vivem o luto e por isso falar sobre a perda gestacional e neo-natal para incorporá-la à nova rotina e diminuir um luto complicado. O Projecto Artémis, trabalha diariamente esse propósito.