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"já te sentia meu" - testemunho perda 1º trimestre

Sexta-feira, 23.09.16

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Hoje recebemos o testemunho da Célia, que para além de dar o testemunho quis também dar a cara, porque a perda gestacional tem rosto sim, é o rosto de cada pai e mãe que vê o seu sonho da maternidade ser interrompido.

 

Obrigada Célia.

 

 

 “Meu bebé,

Às 8 semanas, perdi-te…

Dois anos e meio se passaram e o vazio mantem-se.

Em agosto, terias feito 2 anos…

Não passa um único dia sem me lembrar do dia em que me disseram que o teu coração não batia.

Sentimento de culpa por não puder fazer nada…um sufoco que me estrangulava a alma.

Porquê?!?! Mas porquê? Perguntei-me vezes sem conta.

Sei que as 12 primeiras semanas são cruciais…mas já te sentia “meu”. O meu bebé!

Ter que tomar medicação para te expulsar de dentro de mim…não queria, não era justo! E saíste…

De todo que não queria acreditar…ó sentimento de culpa.

Os teus papás estavam tão ansiosos por te ter. O mano também!

Meu amor, aceitei…resignada!...mas não me esqueço de ti, nunca!

Até sempre….

 

Célia Costa Tavares"

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publicado por Associação Projecto Artémis® às 10:02


4 comentários

De Célia Costa Tavares a 23.09.2016 às 11:38

Difícil expressar todos os sentimentos...o vazio que fica e que jamais será ocupado!

De Vanda a 23.09.2016 às 14:02

Partilho da mesma dor Célia...perdi o meu faz hoje 4 meses, ás 18 semanas de gestação.
Descobri numa consulta de rotina, que o meu bebé estava sem batimentos cardíacos..é uma dor que só é compreendida por quem já passou..não há palavras que aliviem..temos que passar por este luto...

Um grande beijinho

De Célia Costa Tavares a 25.09.2016 às 13:48

Um beijinho também para a Vanda.
Espero que ultrapasse esta fase dentro da medida possível.
Não, não é facil mas acredito que o vá conseguir.
Força

De Ana Magalhães a 17.10.2020 às 14:24

Faz na segunda feira uma semana que numa consulta de rotina descobri que o meu bebé deixou de ter batimentos cardíacos, no dia seguinte veio a expulsão provocada por medicação, ainda na mesma semana tive que repetir a medicação porque não tinha corrido bem, e agora estou a aguardar para saber se tenho que ir ao bloco... toda a gente me diz que foi o melhor, que estava de pouco tempo, mas não compreendem este sofrimento ensurdecedor que sinto no momento... este sentimento de impotência e de que não vou conseguir esquecer o meu bebé. Este medo colossal de ir ao bloco e de tentar de novo. Esta falta de apoio psicológico que os nossos hospitais não nos dão... colocam medicação e mandam-nos para casa.
Se algum dia isto irá passar? Não acredito... até posso aceitar a perda mas a dor sei que nunca irá passar. Tinha 8 semanas mas era o meu filho, com quem eu já sonhava tanto e idealizava.
Ainda bem que encontrei este texto com pessoas que sei que compreenderão a minha perda.

Muito obrigada pela partilha e juntas seremos mais fortes.
Beijinhos Ana

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Espaço de partilha com objectivo de diminuir a falta de informação técnica e emocional a mulheres que vivenciam o luto da perda de um bebé ao longo da gravidez, bem como quebrar o Pacto de Silêncio resultante de todo esse processo de luto na Perda Gestacional.


Direcção A-PA

projectoartemis Sandra Cunha, Psicóloga desde 2005 da Associação Projecto Artémis, tem vindo a desenvolver o seu trabalho desde essa data na área da Perda Gestacional. Desde Junho de 2011 está como Presidente da Associação Projecto Artémis, procurando quebrar o silêncio, alienado o seu conhecimento técnico com o da realidade da perda de um filho. Perdeu um bebé em 2007, após 2 anos de trabalho como psicóloga da Artémis, o que lhe permitiu reunir à técnica o conhecimento árdua de ter vivido na pele a perda de um filho.

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