Consultório de Perda Gestacional
Espaço de partilha com objectivo de diminuir a falta de informação técnica e emocional a mulheres que vivenciam o luto da perda de um bebé ao longo da gravidez, bem como quebrar o Pacto de Silêncio resultante de todo esse processo de luto na Perda G
Petição Pública - Estratégia Nacional para a Sensibilização nos Cuidados em Perda Gestacional e Morte Neonatal
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Dar Voz à Perda Gestacional ( #darvozaperdagestacional)
A Perda Gestacional e a Morte Neonatal é uma realidade que pouco se fala deixando casais num silêncio que corrói e que continua a ser incompreendido.
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"Sobre as andorinhas e o Amor" - Ana Catarina Brandão
Olá.
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Poema "Frutos da vida"
São ramos curvados
endurecidos
pelo vento
queimados
de chuva
lambidos.
Vestem-se de cores
da terra
Cobrem-se de musgo.
Ó Humidade…
Sombras de ti
no solo
E de mim
solta
num abraço
de saudade.
Caem folhas
Estão moles, ocas,
Vazias.
Mas vejo-me no apodrecer.
Aquela veia palpitante
No aconchego doce
Eterno gentil
Regaço de mares
e rias
Onde o barco da fortuna
Sem rumo
Ancorado sonha
Em meditação
Acordado.
E há leves pálpebras
No seu tronco
imaculado.
Mais terra transformada
Poeira vencida
pelo tempo.
E nasces tu,
No sereno gato caçador
Sentindo cheiros únicos
De incenso e vapor
Perfumando as rugas
Incertas
Nuvens de amor.
Há raízes e laços
Ensanguentados de seiva
Entrelaçados
Num cordão sensorial
De seres e da presença
Tua
Sombra criada pelo sol
Conduzida na luz
Onde o meu anjo
As flores
Produz.
Mãe do Miguel - Joana Leal
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Um Natal com um colo vazio!
A época de Natal é uma época especial, mas de emoções e sentimentos muitas vezes ambíguos. Envolve lembranças, encontros, reflexões... o que acaba por levar as pessoas a ficarem emocionalmente inquietas.
Alguns tiveram experiências boas na infância, já outros tiveram momentos desagradáveis. Quando a lembrança é negativa, a pessoa pode querer evitar estas comemorações natalícias.
Muitos sentem uma quase que imposição para ficarem felizes nesta data, vão ás compras, estão junto da família, mas nem todos terão a possibilidade de “ter tudo” nesta época.
É habitual fazer uma avaliação sobre aquilo que se conquistou e o que não conseguiu. Emoções como tristeza, ansiedade, stress, frustração e medo podem surgir por diversas razões:
- Sentir solidão, “não tem com quem passar o Natal"
- Comemorar com pessoas com quem se está com problemas ou em conflito
- Falta de dinheiro
- Sentir que é insignificante, rejeitado, não merecedor de carinho e presentes
- Saudades daqueles que não estão mais presentes na sua vida (seja por falecimento ou por desentendimento)
- Entre muitas outras razões.
Contudo é sobre o último ponto que me irei focar e numa situação muito concreta.
Há casais que durante o ano iniciam o sonho da maternidade, que engravidam e vivem ansiosamente a chegada daquele filho. Mas nem sempre a gravidez corre da melhor forma e perdem aquele bebé. Já pensaram como vivem estes casais o Natal, quando supostamente aquele Natal seria o primeiro com o seu filho? Como vivem estes pais os Natais seguintes, sabendo que a cada ano que passa haveriam novas experiências, novas vivências como pais? E sabemos que um Natal com uma criança é sempre um Natal diferente. Já fizeram este exercício mental? Experimentem, e verão que começam a entender e a ser mais empáticos com estes pais.
É importante ser mais tolerante, lidar com aquilo que não deu certo e se superar, aceitar e aprender com o caminho que temos percorrido. Todos têm limitações e qualidades, é preciso focar naquilo que “tem de bom”, e aquilo que pode ser melhorado. É importante se valorizar e ver as próprias conquistas e superações..
Ter esperança que no ano seguinte será melhor traz motivação, traz a oportunidade de consertar os erros e reorganizar a vida de outra forma, mas lembre-se de não se cobrar demais, seja realista, um passo de cada vez.
Não existem pessoas e famílias perfeitas. Nem todos estão alegres nesta época do ano, a felicidade não é obrigatória
E há mesas que têm um lugar vazio… há mesas de Natal que têm um lugar de alguém que ninguém viu, mas que alguém amou… e ainda ama…. Há mesas de Natal que são feitas com colos vazios!
Sandra Cunha
Psicóloga A-PA
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A perda gestacional na perspetiva de um pai - Goucha TVI
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Sensibilização para a Perda por Sofia Mendonça
Sofia Mendonça é o meu nome,
E três filhos a vida me deu,
Partiram cedo demais
E a nossa vida a dois uma reviravolta deu.
Com 8, 6 e 4 semanas,
Aconteceram as nossas perdas,
Desde 2018 a acreditar,
Que o momento há-de chegar.
Sou membro recente da Artémis,
Terapia de grupo e individual,
Todos precisamos de ajuda,
E aconselhamento eventual.
Não estamos sozinhos,
E o mundo tem de saber,
Deixar que a perda gestacional seja tabu,
Sei que muitos vão agradecer.
A sociedade precisa de falar,
E saber como reagir,
Médicos e enfermeiras sensibilizar,
Para que muitos de nós possamos ajuda pedir.
Só quem passa por isto sabe o que é,
E às vezes é difícil descrever,
Mas falar da dor pode ajudar,
E desta forma continuamos a acreditar.
A Artémis é uma aposta segura,
Com os benefícios e toda a ajuda que dá,
A conquista pelos nosso sonhos perdura,
Principalmente por saber que não estamos só.
Sofia Mendonça
Sócia A-PA
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O abortamento espontâneo e a Morte Fetal
A gravidez é um momento especial na vida de uma mulher, uma experiência única para a mulher, para o seu companheiro e para a família em geral. Época plena de mudanças e descobertas de emoções e comportamentos até ai desconhecidos, novas identidades, novos significados existenciais e novos papéis.
Momento de gravidez é também gerador de novas exigências e necessidades afectivas em relação aos outros, em particular, ao filho, a quem a mulher se sente ligada desde o inicio por uma relação de dependência mútuo e progressiva.
Segundo a teoria de vinculação, o desenvolvimento de relações afectivas corresponde a um processo psicológico normativo, adquirido ao longo da evolução filogenética e fortemente enraizada no reportório humano.
A figura de vinculação é permanente fonte de segurança para a criança. Quando se sente ameaçada, busca protecção e conforto junto da mãe, revelando comportamentos de vinculação como o aproximar-se, o choro ou procura de contacto.