Consultório de Perda Gestacional
Espaço de partilha com objectivo de diminuir a falta de informação técnica e emocional a mulheres que vivenciam o luto da perda de um bebé ao longo da gravidez, bem como quebrar o Pacto de Silêncio resultante de todo esse processo de luto na Perda G
Protocolos Hospitalares
Terça-feira, 24.03.09
Bom dia,
Antes de mais gostaria de vos dar os parabéns por esta excelente iniciativa que irá certamente ajudar tantas familias como a minha.
Eu já tive 2 abortos e em ambos os casos tive de me dirigir ao hospital. Confesso que o ttt não foi dos melhores... penso que fiquei um pouco traumatizada da forma como as coisas são comunicadas. Na verdade, parece que somos sacos de batatas sem sentimentos, e tratados todos de igual forma, independentemente do nosso estado psicológico ou historial clinico.
A minha questão (que não sei se vão conseguir responder) respeita aos protocolos hospitalares, ou seja, quando descobrimos que o feto não tem batimentos cardiacos, no hospital, dizem-nos para ir para casa, tomar medicação para respeitar o protocolo. E no caso de hemorragia muito grave volte cá. Se não, para esperar 2/3 dias (depende dos hospitais) e voltar ao hospital. Cada hospital tem uma forma diferente de reagir. Por exemplo, no hospital onde fui atendida, dissera.me que já eram 9h30 da manhã e que portanto, já não podiam iniciar a expulsão. Para voltar para casa e regressar no dia seguinte às 8h30, para iniciar a expulsão. Não me deram qualquer medicação, dado que a mesma seria administrada no hospital (mas só no dia seguinte).
A minha duvida é? Será que faz sentido haver este tipo de protocolos? Ainda na semana passada, uma pessoa conhecida procurou-me com essa mesma questão. Também ela teve de ir com a medicação para casa e voltar após 2 dias. Ora, eu sei que esta medicação é muito agressiva, até podemos desmaiar com as contracções. Será que faz sentido a existência destes protocolos? Em casa, ficamos sozinhas e desamparadas, sem capacidade de reacção. Já para não falar do aspecto psicologico da questão.
Muito obrigado.
Isara
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